Toda manifestação – o universo e os seus fenômenos (materiais ou imateriais) – é vibração em fluxo constante. E vibração é som. O Absoluto (Presença-Consciência, Deus, Inteligência espaçosa, o Vazio, etc.) por si é além e desprovido de qualquer forma, qualidade ou atributo. Esta Presença é a matriz ‘silenciosa’ para tudo se manifestar (e desaparecer de novo).
Assim, você poderia argumentar, que o silêncio (ou ficar silencioso) é a representação ‘mais verdadeira’ do Absoluto.
Lao Tsu começou oTao Te Ching, declarando:
‘O Tao de que se pode falar não é o verdadeiro e eterno Tao.
O nome que pode ser dito não é o verdadeiro nome.
Aquilo que não tem nome é a origem do Céu e da Terra.
E o nomear é a mãe de todas as coisas.’
E Mestre Eckard exclamou: “Em todo o universo, nada que existe é mais parecido com Deus que o Silêncio.”
Estas frases são ‘ponteiros’ poderosos para apontar aquilo que não pode ser compreendido por abstrações e conceitos mentais. Mas como qualquer ‘ponteiro’, metáfora ou outra ‘ferramenta’ – é apenas isso: uma ferramenta sem nenhuma substancia real ou verdade absoluta.
Ramana Maharshi, Lao Tzu, e Mestre Eckard passaram as suas vidas falando sobre o indizível, intercalado por momentos de silêncio – aparentemente tudo de forma bem natural.
A Presença-Consciência não se importa se há silencio ou som – ela projeta conta, reflete e engole todos os pares de opostos; tudo como a expressão dinâmica e espontânea de Deus. A natureza não tem preferência por dia ou por noite, por verão ou inverno, por som ou silêncio – tudo está em fluxo natural contínuo.
Optar por ficar em silêncio por um tempo determinado pode ser uma pratica enriquecedora – dependente da situação e compreensão do momento. Por outro lado – se a mente atrás deste silêncio permanece confusa e presa nos conceitos – será que mascarar isso por ficar sem falar, adianta alguma coisa?
O que é absolutamente essencial, é reconhecimento da Nossa Natureza Verdadeira como Presença-Consciência – de forma direta e intuitiva.
Qualquer ‘coisa’ que ajuda despertar isso é valido.
Uma vez reconhecido… tanto faz! A vida continua se expressando de forma natural e espontânea – sem esforço nenhum.